“O Justo viverá pela Fé”
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Texto Base:
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17 Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: “O justo viverá pela fé”.
Introdução (Storytelling):
Introdução (Storytelling):
“Era o ano de 1517. Em uma pequena cela de um mosteiro na Alemanha, um homem angustiado estava ajoelhado em oração, buscando desesperadamente a paz com Deus. Desde jovem, ele fora educado no temor de Deus, mas, quanto mais tentava se aproximar d'Ele, mais distante parecia estar. Apesar de ser um monge dedicado, nada do que fazia — jejuns, penitências, orações — conseguia aliviar o peso da culpa que ele carregava por seus pecados.
Ele havia sido ensinado que a aceitação por Deus dependia da perfeição alcançada por meio de boas obras, mas ele sabia que seus esforços eram insuficientes. Em uma viagem a Roma, subiu os degraus da "Escada Santa" de joelhos, esperando que isso o levasse a um relacionamento mais íntimo com Deus. Contudo, mesmo após esse ato de sacrifício, seu coração permanecia vazio.
Até que um dia, enquanto estudava a Bíblia, encontrou uma passagem que transformaria sua vida:
Romanos 1:17 — “O justo viverá pela fé.”
Essas palavras saltaram de sua Bíblia e penetraram em seu coração.
Ele finalmente entendeu que a justificação diante de Deus não dependia de suas obras, mas de uma fé sincera e simples em Cristo.
Essa nova compreensão não apenas mudou sua vida, mas o fez se aprofundar ainda mais na leitura das escrituras, em que passou a ter acesso irrestrito, uma vez que se tornou professor de teologia, o que o levou a perceber os erros e abusos que aconteciam dentro de sua Igreja naquele momento.
A venda de indulgências, que prometiam o perdão dos pecados em troca de dinheiro, o certificado de salvação vindo da caneta papal, detre outros abusos, passaram a ser um problema para ele.
Ele ficou indignado ao ver que o povo estava sendo enganado e explorado que, armado com a verdade das Escrituras, ele decidiu agir.
Esse homem era Martinho Lutero.
Em 31 de outubro de 1517, Lutero, que na época era professor de teologia e pároco em Wittenberg, fixou suas 95 teses na porta da Igreja do Castelo, um ato que era uma prática acadêmica comum.
A porta da igreja servia como um quadro de avisos para debates teológicos e discussões acadêmicas.
Seu objetivo era iniciar um debate público sobre os abusos que observava na venda de indulgências e na doutrina da Igreja.
O que Lutero não poderia prever era a repercussão global que esse ato teria, especialmente considerando este ato impulsionou a recente invenção da imprensa por Johannes Gutenberg, e assim as teses de Lutero rapidamente se espalharam por toda a Europa.
Pouco tempo depois, enquanto se escondia no Castelo de Wartburg, Lutero traduziu a Bíblia do latim para o alemão, completando o Novo Testamento em 1522, permitindo que o povo comum tivesse acesso à Palavra de Deus.
Mais uma vez a imprensa desempenhou um papel crucial na disseminação das ideias reformistas, permitindo que as pessoas tivessem acesso às Escrituras e aos ensinos de Lutero em suas próprias línguas, o que ajudou a moldar o pensamento moderno, promovendo direitos até hoje pilares das garantias e liberdades individuais como a expressão e a ideia de um Estado laico — onde a política não deveria se submeter à autoridade religiosa.
Assim, esse simples ato de fixar suas teses não apenas deu início à Reforma Protestante, mas também influenciou profundamente a cultura, a política e a religião ai redor do mundo.
Isso tudo, porque um homem enquanto orava, decidiu abrir a sua bíblia e lê-la, deixando o Santo Espírito lhe revelar o que versículo tema da mensagem de hoje: ‘O justo viverá pela fé’, o primeiro dos cinco pilares ou “Cinco Solas” que iremos tratar hoje:
Ponto 1: Sola Fide (Somente a Fé)
O primeiro e fundamental princípio da Reforma é a salvação somente pela fé. Romanos 1:17 nos diz: “O justo viverá pela fé.” Isso significa que o pecador é justificado diante de Deus não por suas obras, mas pela fé em Jesus Cristo.
Martinho Lutero descobriu essa verdade ao estudar as Escrituras e perceber que a justificação é um dom de Deus, não algo que podemos conquistar com nossos esforços.
Efésios 2:8-9 reforça isso: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.”
A fé é o meio pelo qual recebemos a salvação. Não é resultado de obras humanas, mas de confiar plenamente em Jesus.
João Calvino, escreveu que "a justificação pela fé é o eixo em torno do qual gira toda a fé cristã bíblica".
Esse princípio nos liberta do peso das obras e nos faz depender exclusivamente de Cristo para a nossa salvação.
Ponto 2: Sola Scriptura (Somente a Escritura)
O segundo pilar da Reforma é a autoridade final das Escrituras. Lutero ensinava que a Palavra de Deus, e somente ela, é a fonte suprema de autoridade em questões de fé e prática. Ele rejeitava as tradições humanas que contradiziam ou acrescentavam algo à Bíblia.
2Timóteo 3.16-17 nos ensina: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.”
A Bíblia é suficiente para nos ensinar a vontade de Deus, corrigir nossos erros e nos guiar em toda verdade.
Hernandes Dias Lopes destaca que, na Reforma, a Bíblia foi devolvida ao povo comum, para que todos pudessem ler e entender a verdade de Deus por si mesmos, sem depender de intermediários. "A Escritura, livre de adições humanas, brilha como a luz do Evangelho em meio às trevas do erro", ele diz.
Ponto 3: Sola Gratia (Somente a Graça)
O terceiro princípio é que a salvação é obra da graça de Deus, e não do mérito humano. Lutero compreendeu que tudo o que temos — desde a nossa justificação até nossa santificação — é um presente de Deus, imerecido e gratuito.
Tito 3:5 nos lembra: “Ele nos salvou, não por obras de justiça que nós tivéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo.”
Somos salvos unicamente pela graça de Deus.
Agostinho, um dos teólogos que influenciou profundamente Lutero, ensinava que "a graça de Deus precede, acompanha e segue todas as nossas boas obras, e sem ela, nada de bom podemos fazer".
A graça é a mão de Deus que nos alcança, nos resgata e nos transforma.
Ponto 4: Soli Deo Gloria (Somente a Deus a Glória)
O quarto pilar da Reforma é que toda a glória pertence somente a Deus. Tudo o que fazemos e tudo o que recebemos — seja a criação, a redenção ou nossa vida diária — deve ter como propósito final a glória de Deus.
Em 1 Coríntios 10.31, o apóstolo Paulo nos instrui: “Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus.”
Lutero ensinava que a vida cristã, desde as atividades mais simples até os grandes atos de fé, deve refletir a majestade e a honra de Deus.
Jonathan Edwards, teólogo puritano, afirmava que "o fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre”.
Tudo o que fazemos, seja no trabalho ou na adoração, deve apontar para a glória de Deus, pois Ele é o autor e consumador de todas as coisas.
Ponto 5: Solus Christus (Somente Cristo)
O quinto e último princípio da Reforma é que Cristo é o único mediador entre Deus e os homens. Somente Ele pode nos reconciliar com o Pai, e Sua obra na cruz é completa e suficiente para nossa salvação.
1Timóteo 2.5 afirma claramente: “Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.”
Jesus é o único caminho para a salvação, como Ele mesmo disse em João 14:6: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.”
Além disso, Atos 4:12 nos lembra: “E não há salvação em nenhum outro, porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.”
Romanos 5:8 completa essa verdade dizendo: “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.”
9 Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo. 10 Pois com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa para salvação.
A morte de Cristo foi o ato supremo de amor e reconciliação. Ele morreu em nosso lugar, levando sobre si os nossos pecados, para que pudéssemos ser salvos e assim ter paz com Deus.
John Owen, teólogo reformado, disse: "Cristo não é apenas o mediador da salvação; Ele é o Salvador completo e todo-suficiente. Somente Nele encontramos redenção plena."
Conclusão:
Conclusão:
Queridos irmãos, os pilares da Reforma nos trazem de volta à simplicidade e à profundidade do Evangelho. Somos salvos somente pela fé, guiados somente pelas Escrituras, sustentados somente pela graça, vivendo para a glória de Deus e confiando somente em Cristo.
Hoje, eu te pergunto: você já colocou sua fé em Jesus Cristo como seu Salvador e Senhor? Se você ainda não o fez, este é o momento. Cristo é o único mediador, o único que pode te reconciliar com Deus e te dar vida eterna. Ele está chamando você para confiar plenamente Nele, para crer que Sua obra na cruz é suficiente.
Apelo e Oração: “Se você sente o Espírito de Deus movendo seu coração, convido você a orar e entregar sua vida a Cristo. Ore comigo: “Senhor Jesus, eu reconheço que sou pecador e que preciso de Ti. Eu creio que Tu és o único mediador, o único que pode me salvar. Eu entrego minha vida a Ti, confio na Tua obra na cruz e Te recebo como meu Senhor e Salvador. Amém.”
Se você fez essa oração, creia que hoje é o dia da sua salvação. Jesus te recebeu em Seus braços, e você agora faz parte da família de Deus.